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Autossabotagem e as crenças limitantes (texto)

Autossabotagem a as Crenças Limitantes (Seu maior inimigo está na sua própria mente)

Nossa conversa de hoje tem endereço certo: é exatamente para todos vocês, incluindo eu também!

É importante para todos, e vocês vão ver que, mesmo sabendo disso, temos que estar atentos, de forma permanente, para não cairmos, todos os dias, na mesma armadilha.

Uma armadilha preparada, por nós mesmos, dentro da nossa própria mente!

Vamos começar com uma história real:

Numa dessas minhas frequentes viagens, em uma cidade pequena no interior do Brasil, onde eu costumo ir todos os anos, eu recebi Dona Helena, com seu filho Lucas, 11 anos, para orientações relacionadas às dificuldades de aprendizagem de seu filho.

Os nomes são fictícios, claro!

Cumprimentei D. Helena e, imediatamente, comecei a conversar com Lucas, como normalmente eu inicio meus atendimentos.

Lucas se espantou, acredito que... ...por estar acostumado aos adultos, normalmente, antes de conversar com ele, perguntarem à mãe sobre ele.

Mas, esse é o meu costume, para ganhar a confiança da criança com mais facilidade.

Procurei saber o nome dele, antes de sua chegada, para não iniciar a conversa, ainda com a criança inibida, perguntando pelo seu nome. Eu não acho isso bom.

Fui, então, logo me apresentando:

“Oi Lucas, eu sou o professor Roberto!” E daí comecei a puxar todo tipo de conversa, procurando me interessar por cada resposta.

Ele me disse que não conseguia aprender nada, por ser microcéfalo, autista e TDAH.

Fiz, então, uma série de testes, tipo avaliação diagnóstica, para identificar os seus pontos de entendimento, principalmente em cálculo, leitura, escrita e interpretação de texto.

Registrei os pontos, para efeito do relatório que eu enviei, depois, para os pais e para a escola.

No final mostrei a ele minhas anotações, e disse: “Viu que você sabe calcular, ler, escrever e interpretar?”

“Você só precisa estar confiante em você mesmo e seguir em frente!”

“Dificuldades todo mundo tem em alguma matéria”

“Pode ter certeza de que tem colega seu com mais dificuldade que você em alguma coisa.”

“Então veja que suas dificuldades são como as de todo mundo! Nada tem a ver com microcefalia, autismo ou TDAH.”

“Os sintomas dessas coisas que atrapalham você, a gente vai orientar para reduzir até que, um dia, não tem mais nada.”

Aí mostrei a ele que, se compararmos as cabeças de todo mundo, vai ter muito macrocéfalo e muito microcéfalo entre nós, e que isso não faz diferença nenhuma, já que todos somos diferentes mesmo.

Mostrei a ele, também, que todos nós temos alguns dos sintomas, que são comuns no autismo e no TDAH, e que isso também não faz diferença nenhuma.

Basta nós nos entendermos e termos força de vontade para superar qualquer dificuldade que apareça.

Depois disso, me dirigindo aos dois, D. Helena e Lucas, dei diversas dicas para a mãe, ele ouvindo, sobre quais os profissionais que devem ser procurados para reduzir todos sintomas do autismo e do TDAH, além dos estímulos continuados para o desenvolvimento das redes neurais, que podem ter sido afetadas pela microcefalia.

Mas sempre deixando claro para ele que, os exercícios e dietas específicas, que serão passados pelos terapeutas, são para melhorar ainda mais a capacidade intelectual que ele já tem.

E que ele só precisa ter certeza disso, e continuar os exercícios e as dietas para ser, a cada dia, melhor ainda, do que era no dia anterior.

E que ele sempre se compare, nunca com seus colegas, mas sempre com ele mesmo, ontem.

Fiz um relatório para a escola sobre os pontos de entendimento e a forma de adaptar conteúdos, atividades e avaliações, além da recomendação sobre bullying, principalmente devido à microcefalia.

Esse ano, dois anos depois, eles vieram me ver novamente, agora numa cidade vizinha à deles, Lucas já com 13 anos.

Ele me espantou desde a chegada.

Saiu do carro de sua mãe, correndo, para me abraçar, todo feliz, e me contou que já está no 8º ano, sem qualquer necessidade de adaptação, se sente igual aos colegas, participa de todas as atividades e começou a me contar seus planos para o futuro.

Agora vamos a análise:

O que estava atrapalhando o desenvolvimento de Lucas não era a microcefalia, nem o autismo e nem o TDAH, se é que esses diagnósticos estavam corretos. Tenho encontrado muito diagnóstico precipitado a todo momento.

O único obstáculo real era a CRENÇA LIMITANTE imposta a ele por todos esses RÓTULOS, a partir dos diagnósticos.

Quando aparece um rótulo, nossa mente registra como alguma coisa impeditiva para o nosso desenvolvimento: “Sou inferior!”

A mente, ao saber das deficiências, se acomoda e não estimula o cérebro a se consertar, já que existe um documento oficial determinando a inferioridade, a incapacidade e a impossibilidade de seu desenvolvimento.

O cérebro se acomoda, até mesmo por economia de energia das células neurais. Para que gastar energia naquilo que não funciona?

Esse caso de Lucas, que é real, precisa que todos nós tenhamos sempre na lembrança.

Isso porque existe uma infinidade de crianças na mesma situação e que, por não terem essa orientação, acabam sendo excluídas, não só da escola, mas da sociedade como um todo.

A interferência mais importante para todos esses casos, e que todos nós podemos fazer (pais, professores, terapeutas ou até colegas) é quebrar essas CRENÇAS LIMITANTES que foram impostas à criança.

Quebrando isso, seu cérebro, sozinho, passará a trabalhar a seu favor, consertando tudo o que ele pode consertar, reduzindo todos os sintomas que porventura existam, e permitindo que ele se desenvolva, como qualquer outra criança, e que seja autônomo e feliz.

Nesse caso real, havia um rótulo provocador, da crença limitante. Mas e no nosso caso? E no nosso dia-a-dia?

Sim, gente!

Lembram que eu falei da economia de energia, pelo cérebro? Que o cérebro não vai querer gastar energia, em algo que não funcione, ou que não seja importante?

Pois é!

Somos bombardeados, diariamente, por crenças desse tipo, que chegam de todas as mais diferentes formas.

Algumas vezes, são colegas de trabalho, que olham o que você está fazendo, e dizem: “Cara! Não adianta! Isso não vai dar certo!”

Ou pensamentos, nossos mesmos, assim:

- Não sei nada disso. Nunca me ensinaram.

- Não sei por onde começar.

- Não sou qualificado para fazer isso

- Muito difícil. Não vou conseguir.

- Tarde demais. Não adianta.

E até uma resposta que damos a uma proposta positiva de alguém: “OK, vou tentar”

Sobre essa frase eu dou sempre a mesma contra resposta:

“Não precisa tentar! Basta fazer!”

Ou seja: muitas vezes somos nós mesmos, que começamos um trabalho, e esbarramos em uma dificuldade qualquer.

Aí, a nossa tendência ao comodismo, se aproveita da dificuldade, e nos convence a desistir.

Outras vezes, é a observação da facilidade, que algum dos nossos colegas tem, ao realizar uma atividade, seja de cálculo, seja de interpretação de textos, seja de raciocínio filosófico, e com isso, nos convencemos, que não nascemos para isso, desistindo no meio do caminho.

Há momentos em que temos certeza de que é impossível para nós, porque já tentamos dez vezes, e sempre fracassamos.

Mas, se nós analisarmos, a evolução que tivemos, em cada tentativa, perceberemos que estamos perto do sucesso, mesmo depois de dez fracassos.

É nessa hora que mudamos o termo FRACASSO para o termo APRENDIZAGEM.

E o segredo da mudança está exatamente nessa alteração do nome, e nessa análise!

Esse é o momento em que temos que dar o “passe mágico”!

O mesmo “passe mágico” que dei, ao atender Lucas, e mudar toda a sua relação com ele mesmo, quando ele começou a gostar dele mesmo, e passou a enxergar seu sucesso em tudo.

Foi dado início ao seu pleno desenvolvimento no caminho da autonomia e da felicidade.

Esse é o momento da transformação do ELEMENTO LIMITANTE de nossa crença em ELEMENTO ESTIMULANTE.

Passamos, agora, a ter certeza de que nosso sucesso sempre vai chegar, evoluindo aos poucos, por meio desses exercícios de aprendizagem diários, e que antes chamávamos de: fracassos...

Então, gente, para concluir:

Dê um basta nas crenças limitantes. Transforme-as em crenças estimulantes.

E mude o termo fracasso, para aprendizagem.

Não há fracassos! Há exercícios de aprendizagem, que o tempo todo, da nossa vida, vão contribuindo para a nossa evolução mental e, portanto, construindo a nossa essência vitoriosa e, consequentemente, a nossa felicidade.


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