Como evitar o desequilíbrio emocional do meu filho autista nesse período?
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Essa pergunta nos remete a identificação de alguns equívocos infelizmente muito comuns, tanto no relacionamento das escolas com o aluno com qualquer tipo de deficiência (não só com o autista), como também no relacionamento de muitas famílias com seus próprios filhos.
Como são muitos os equívocos, vou procurar me limitar, nessa resposta, ao ponto que considero mais importante de todos. O estudo mais completo nós teremos no próximo minicurso do dia 28 de abril, cujas inscrições já estão abertas pelo nosso portal e pelo WhatsApp de Erich, meu filho: (21) 97194-9922.
Então vamos lá:
Angústias e estados depressivos podem ter como causa orgânica a alimentação incorreta, ou a microbiota intestinal com infestação de parasitas que, por desajustarem o processo digestivo, prejudicam a liberação equilibrada dos hormônios neurotransmissores responsáveis pelo equilíbrio emocional.
Mas também existe uma causa emocional importantíssima, que é a carência afetiva que, sozinha, interfere em todo o processo neurofisiológico tanto no cérebro craniano, como no cérebro entérico, que é o cérebro do intestino, com seus cem milhões de neurônios. (esse cérebro, já chamado por muitos pesquisadores de segundo cérebro, infelizmente ainda é desconhecido por muitos profissionais, não por falta de publicações a respeito, mas por falta de vontade de estudar).
Mas, retornando...
Vamos considerar que o nosso filho com deficiência está com sua alimentação correta, devidamente acompanhado por um profissional de nutrição que estude, ou seja, um que não tenha se transformado em um “dinossauro”, como a Dra Tielle Machado costuma chamar...
Então a nossa preocupação tem que estar voltada totalmente para a carência afetiva, ou seja, temos que identificar todos os elementos que poderiam gerar essa carência e eliminá-los imediatamente.
Todo adolescente, ou criança, com deficiência, sofre uma violência simbólica desde o dia em que começa a se entender como deficiente. Por isso, para que seu cérebro o ajude a reduzir seus sintomas e evitar comorbidades paralelas, ele deve ser mantido com sua autoestima elevada o tempo todo. E a responsabilidade disso é toda nossa, como seus pais, terapeutas ou professores.
Como fazer isso?
O segredo está no estabelecimento do vínculo afetivo com as pessoas que são importantes para o seu desenvolvimento integral.
Em casa são os pais, é claro, ou os que fazem o seu papel.
Na escola é o seu professor, é claro, ou quem faz esse papel junto a ele, mas há também, mais importante ainda, o vínculo com seus colegas de classe.
O vínculo em casa só precisa que os pais deixem de lado os seus celulares e suas redes sociais e criem todo tipo de atividade “sem tela”, com jogos, passatempos, diversões e atividades físicas lúdicas que, na realidade, serve para desestressar a todos.
Na hora da aula remota sim, o celular ou o computador deverá ser usado, para que haja a interação visual entre o aluno, seu professor e seus colegas, para manter o vínculo escolar e ampliar o seu campo de entendimento e participação social.
Mas nessa hora, a atenção do professor e dos colegas com o aluno com deficiência, em modalidade remota, deve ser muito mais lúdico do que intelectual, com os conteúdos sintetizados a conceitos muito simples, rigorosamente dentro da sua capacidade de entendimento.
Como fazer essa adaptação e como realizar esse momento tão importante nós veremos no curso “Adaptação de Conteúdo e Currículo na Inclusão Escolar”, no dia 26 de maio.
E para isso os professores e os pais devem estar cientes de que o que menos importa nesse período é a aprendizagem do conteúdo curricular!
Esse conteúdo será compensado, tranquilamente, se mantivermos esse adolescente, ou criança, estimulado com todas as atividades lúdico-pedagógicas que pudermos ofertar, mas sempre estabelecendo e mantendo o vínculo afetivo com todos aqueles que fazem parte do seu universo familiar e escolar.
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